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Sob Pressão

 

O objetivo da secção do Sob Pressão é preparar-te para enfrentar questionadores ou perguntas difíceis, hostis mesmo, a que terás de responder em debates, entrevistas, conferências de imprensa ou em reuniões importantes e decisivas. Se fores o argumentador, irás desenvolver a tua forma de pensar rápido, de responder com argumentos poderosos e inteligentes e de controlar as tuas emoções e reações. Para os restantes participantes, encorajá-los-á a pesquisar sobre um tema, a pensar de forma crítica e a criar argumentos sólidos.

A secção requer as seguintes funções:

  • Um Argumentador que irá defender uma decisão ou ato específico.
  • Um moderador do Sob Pressão que garanta que esta secção decorre de forma tranquila e ordeira. O Presidente da Reunião pode cumprir esta função se não houver nenhum voluntário para o fazer.
  • Um número de membros, a definir, atuará como "parte interessada". Podem assumir o papel de funcionários, acionistas, administradores, jornalistas ou, simplesmente, de cidadãos interessados, dependendo do contexto. Pelo menos 2-3 participantes são necessários ao funcionamento desta secção e a sua identidade não deve ser conhecida pelo Argumentador até à própria reunião. Os participantes - ou até os convidados - podem decidir intervir já durante a própria reunião.

Seleção de temas

A pessoa que faz de argumentador irá selecionar um tema para ser defendido. O tema deve cumprir os seguintes requisitos:

  • Deve referir-se a uma decisão concreta, tomada por um ator concreto (e identificado). O tema não deve ser uma afirmação genérica e utópica.
    • "Deve haver paz no mundo". (não é válido pois é um desejo - não uma decisão)
    • "Decidimos trabalhar a favor da paz no mundo". (não é válido, uma vez que não é específico e nada de concreto foi decidido)
    • "Para contribuir para o desenvolvimento de um mundo mais pacífico, a minha empresa - IBM - decidiu doar todos os seus lucros às Nações Unidas".
    • "Para contribuir para o desenvolvimento de um mundo mais pacífico, a minha empresa decidiu doar todos os seus lucros às Nações Unidas". (não especifica qual a empresa que o argumentador está a representar.
  • Deve ser uma situação real, num contexto real para que todos os participantes possam pesquisar sobre as suas diferentes dimensões. Não pode conter cenários fictícios ou hipotéticos, sobre os quais não é possível reunir dados: 
    • "Devido à invasão da Mongólia pela China, decidimos colocar armas nucleares em Taiwan e no Japão". (Não é valido, uma vez que a China não invadiu a Mongólia)
    • Como presidente da Elbonia, irei defender que se implemente um rendimento básico universal de 1000€ por mês. (não é válido porque o país da Elbonia não existe, pelo que é impossível saber se esta proposta faz sentido do ponto de vista económico)
    • "Devido ao que consideramos uma hostilidade crescente da China em relação ao regime na Mongólia, decidimos colocar armas nucleares em Taiwan e no Japão."
  • Deve ser uma decisão ou situação que afete terceiros, e não apenas o argumentador
    • "Decidi doar o meu salário às Nações Unidas" não é uma decisão válida porque representa uma decisão individual e independente, que não pode ser contestada factualmente.
    • "Como presidente da empresa, decidi doar 10% do salário de todos os funcionários às Nações Unidas".
  • A decisão deve ser tangível, com efeitos reais e efetivos.
    • "Como membro do Painel de Estudos sobre Tabaco da ONU, decidimos aconselhar as pessoas a não fumar" não é uma decisão válida porque o conselho pode ser ignorado.
    • "Como presidente do Facebook, irei defender que as redes sociais são boas." (Não é apropriado, dado que não constitui nenhuma decisão - apenas uma opinião)
  • Os seus efeitos devem ser relevantes, ou, pelo menos, devem suscitar reações nas pessoas afetadas.
    • "Para poupar dinheiro, a IBM decidiu que todos os funcionários devem trazer papel e canetas próprios" não é um ponto válido porque o seu efeito é marginal.
    • "Para poupar dinheiro, a IBM decidiu que todos os funcionários devem usar os seus próprios meios de trabalho, incluindo o computador pessoal."
  • O contexto da situação e das ações deve ser, pelo menos, parcialmente conhecido, e deve haver informação pública disponível sobre elas para que os restantes participantes possam conduzir as suas pesquisas. Por exemplo, a seguinte decisão não é válida: "Como presidente da nossa comunidade de proprietários, decidi parar os pagamentos à empresa que nos fornece o serviço de transporte."
  • Não é um requisito que o contexto ou intervenientes sejam previamente conhecidos por todos os participantes - é sua responsabilidade tratarem de se informar sobre o tema e estarem preparados.
  • A decisão tanto pode ser presente como futura. Por exemplo, o Argumentador pode simplesmente estar a responder pelas consequências de uma decisão tomada do passado. Nota, no entanto, que o evento passado deve ser real. Não pode ter sido hipotético ou ficcional.
    • "No último ano, decidimos impor tarifas pesadas sobre os produtos chineses, de acordo com a nossa política Making America Great Again. Estes são os efeitos maravilhosos dessa decisão na nossa economia.
    • "No último ano, decidimos reabrir a Central Nuclear de Chernobyl. Estou aqui para apresentar os magníficos efeitos sobre a nossa economia". (Não é válido porque Chernobyl não reabriu)

O Argumentador deve partilhar a situação/decisão e a sua função com alguns dias de antecedência (idealmente - uma semana completa antes da reunião), bem como um pequeno contexto sobre o qual essa decisão ocorre. O Moderador ou o Presidente da Reunião pode pedir para clarificar o contexto ou para o argumentador escolher um tema diferente, se aquele que escolheu não cumprir os requisitos acima mencionados. No entanto, os outros membros não podem debater nem perguntar sobre o tema depois de este ser divulgado. A decisão final sobre se um determinado tema é, ou não, válido para a secção do Sob Pressão cabe ao Vice-Presidente para a Educação.

Desenvolvimento

O Moderador desta secção começará por introduzir brevemente o contexto e o Argumentador- indicando o seu papel - e ceder-lhe o placo.

O Argumentador terá entre 2 e 4 minutos para explicar e justificar a decisão que foi tomada.

Depois disso, o Moderador deverá ceder o palco de forma organizada aos diferentes participantes. Cada um terá o máximo de 1 minuto para colocar questões ou refutar afirmações, depois do qual o Argumentador terá 1 outro minuto para responder. É perfeitamente normal que o Argumentador faça perguntas de volta, apesar de ser tarefa do Moderador garantir que um participante não monopolize a discussão. Também é normal que os participantes façam as suas perguntas interrompendo o argumentador ou sem que lhes tenha sido dada a palavra pelo moderador, desde que tal não conduza a uma situação de confusão geral, em que todos estão a falar ao mesmo tempo.

O Moderador não deve intervir em nenhuma outra forma que não a de garantir que existe alguma ordem e que a discussão se restrinja aos seus limites de tempo definidos. Na sua função em particular, não devem expressar opiniões, comentar respostas ou perguntas e devem garantir que a secção decorre com rapidez e dinâmica.

O processo continua até que mais nenhum participante queira colocar questões ou até o tempo se esgotar. Depois disto, o Moderador dará palco uma última vez ao argumentador para, no máximo em 1 minuto, apresentar as suas conclusões.

Por fim, quando a secção tiver terminado, o Moderador irá pedir feedback e avaliação ao Argumentador. Em determinadas situações, poderá haver uma votação para avaliar se o argumentador conseguiu, ou não, transmitir e defender a sua ideia com sucesso.

Tipos de Questões

Na vida real, não podemos escolher as questões que nos são colocadas, por isso, esta secção não tem as mesmas limitações que os colóquios ou debates têm.

Exceto insultos e ataques pessoais, qualquer outro tipo de argumento é válido, incluindo:

  • Questões que contenham raciocínios falaciosos ou com falhas. É responsabilidade do argumentador detetá-los ou apontar as suas inconsistências lógicas.
  • Questões que contenham dados falsos ou enganadores. Novamente, é responsabilidade do argumentador saber lidar com isso.
  • Participantes que, ao invés de colocar uma questão, começam um monólogo para exprimir a sua opinião.
  • Participantes que colocam questões ou que se perdem a falar sobre temas que não estão em discussão.

 

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