Líder de Discursos Improvisados

Rosa Icela Terán Hermida, fundadora do clube de Lichanat, México, como Líder dos Discursos Improvisados durante uma reunião temática sobre o Dia Nacional do México

Como Líder dos Discursos Improvisados, o teu trabalho é preparar um conjunto de perguntas desafiantes para uma série de pessoas. O número de perguntas depende do tempo total alocado para a secção de Discursos Improvisados. Cada orador tem de falar pelo menos entre 1 e 2 minutos e deves contar também com algum tempo para ti - para explicares a tua função, o seu propósito e para todos os aplausos antes de cada pessoa se dirigir ao palco para ser questionada. No total, conta com cerca de 2 minutos para ti, mais cerca de 3 minutos por participante. Portanto, para uma sessão de 10 minutos, conta com 3 participantes.

O principal objetivo da secção de Discursos Improvisados é chegar a uma resposta natural, sincera e convincente por parte do orador. Por vezes, o orador pode esquivar-se à pergunta e falar sobre outro qualquer assunto. Se o fizer de forma adequada e natural, tudo bem. O ideal é que as respostas sejam mini-discursos mas os oradores não devem sacrificar a naturalidade pela estrutura. Um grande discurso nunca é encarado como uma resposta a uma simples pergunta e, se for percepcionado dessa forma, soará a discurso memorizado, a menos que o orador esteja realmente apaixonado pelo assunto.

Por norma, as pessoas tendem a responder logo de seguida. Não é a melhor abordagem. Os oradores podem tomar algum tempo (5-15 segundos) para pensar nas suas respostas. É sempre boa ideia relembrá-los desta abordagem durante a introdução da tua função.

As boas perguntas geralmente são:

• Realistas - As perguntas devem ser verosímeis e estar dentro de um contexto realista. A menos que o orador tenha como intuito tornar-se um ator de teatro improvisado, o valor de perguntas como "Vi-te, no outro dia, vestido de gorila a correr pelo parque. O que estavas a fazer?" não terão grande utilidade.

• Não muito fáceis - As perguntas devem ser desafiantes. Uma questão como "qual a tua cor favorita?" não é, propriamente, a mais desafiante.

• Não demasiado obscuras - Perguntas sobre temas obscuros devem ser evitados. No fundo, o orador tem apenas 2 minutos para falar. Além disso, não devem assumir demasiado conhecimento prévio, como perguntar, "O que pensas sobre todo o debate à volta da forma dos sabres de luz no último Star Wars?". A menos que sejas fã de Star Wars, o teu primeiro pensamento sobre a pergunta será, legitimamente, "O quê??". No entanto, perguntas que pressupõem algum conhecimento prévio, que o orador se descobre depois que não tem, são aceitáveis. Por exemplo, "O que pensas sobre o final da série Breaking Bad?". Se o orador não o viu, terá, ainda assim, que responder e elaborar (possivelmente explicar que não teve tempo para o fazer ou que não gosta deste tipo de séries, ou...)

• De fim aberto - Sim/não ou questões com duas hipóteses não dão aos oradores muito para elaborar a partir daí.

• Inconvenientes, desconfortáveis ou difíceis. Este tipo de perguntas são perfeitamente aceitáveis porque são, normalmente, colocadas por pessoas com modos e maneiras menos próprios. No entanto, a maneira como lhes respondemos produz o maior impacto no modo como os ouvintes nos percepcionam. Se perguntarem a alguém, "Quantas vezes fazes sexo com a tua mulher?" e a sua resposta for uma furiosa diatribe repleta de insultos, então, a percepção que as pessoas que ofendeste têm sobre ti também sofre. Um bom orador nunca deve perder o controlo, a compostura ou as maneiras. As respostas a estas perguntas devem ser polidas mas, apesar de tudo, firmes e assertivas.

Numa sessão de Discursos Improvisados, não estás limitado a perguntas formais, nem a ter apenas um orador no palco. Uma secção de Discursos Improvisados pode consistir em tocar uma melodia para cada participante e perguntar-lhes que memórias lhe traz, ou fazer o mesmo com diferentes cheiros, ou trazer diferentes objetos e desafiá-los a produzir um discurso de vendas (ou anti-vendas), ou a trazer várias pessoas ao palco e pedir-lhes que defendam posições opostas num debate, ou pedir a alguém para começar uma história e a outra para terminá-la, etc.

Claro que, para as respostas serem verdadeiramente improvisadas, não deves partilhar com ninguém as tuas perguntas ou ideias sobre a sessão.

O ideal é escolheres os teus alvos para os Discursos Improvisados entre pessoas que não tenham qualquer função na reunião para dar a todos a possibilidade de participar. Deves ter a tua lista pronta antes do início da reunião ao consultares a agenda e verificando quem irá estar presente. Um membro não deve rejeitar o convite para participar e, caso o faça, podes pressionar educadamente, mas, se sentires uma forte resistência, é melhor não insistires. Claro que se não houver membros suficientes ou se sentires que que alguém está "demasiado confiante" de que não será escolhido por já ter uma função atribuída, estás livre para o fazer.

Os clubes têm diferentes perspectivas sobre se deves pedir voluntários ou não. Se pedires, deves fazê-lo antes de a pergunta ser colocada. No fim de contas, o objetivo não é fazer a pergunta e obter uma resposta de alguém já preparado para responder. 

Os clubes também têm diferentes perspetivas sobre se deves pedir aos convidados para participar ou não. Se o teu clube tem essa tradição, estes precisam de cumprir as regras como qualquer outra pessoa - se quiseres escolher um convidade ou aceitar convidados voluntários, deves fazê-lo antes da pergunta ser colocada.

Estás sem ideias? Estás com pressa?

Estás à vontade para usar o nosso Gerador de Perguntas Difíceis para uma lista cada vez maior de perguntas difíceis. Está também à vontade para nos enviar sugestões para atividades interessantes e relevantes para os discursos de improviso através do e-mail info@agoraspeakers.org.